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terça-feira, 3 de abril de 2012

Conceito Semeion

CONCEITO DE SEMEION

Introdução:

O Apóstolo João apresenta Jesus como Filho de Deus, escrito mais ou menos entre os anos 80 a 85 dc. No princípio era o Verbo e Verbo estava com Deus e Verbo era Deus, Ele estava no principio com Deus. Este evangelho não faz parte dos sinóticos, inclui história de vários milagres, palavra de Jesus que não são encontradas nos outros três evangelhos .

O grande sinal. Como se anuncia em Caná (Jo 2,4: a minha hora), o grande sinal de Jesus será a sua cruz; por isso é objeto de testemunho particular e solene (Jo 19,35: O que o viu pessoalmente deixa testemunho). A glória-amor que se manifesta na cruz é simbolizada pelo sangue (o amor demonstrado) e pela água (o amor comunicado, o Espírito) que saem do lado de Jesus. É o sinal do Homem levantado ao alto, de que irradia a vida (Jo 3,14s). Daí vem que a comunidade se identifique com o grupo que contempla sua glória (Jo 1,14; 17,24) e participe dela (Jo 1,16).

A morte-exaltação de Jesus integra e explica os sinais anteriores. Uma vez que o evangelista completou com este último e grande sinal, ele caracteriza sua obra como "livro dos sinais" (Jo 20,30).

Conceito de Semiologia

O termo semiologia, criado a partir do grego "sèmeion" (sinal) e "logos" (estudo, ciência), designa a ciência dos sinais, isto é, a ciência que estuda a organização dos sistemas significantes. Ferdinand Saussure, fundador da linguística independente da filosofia, defende que a língua é um sistema organizado de signos arbitrários dos quais podemos estudar as relações, então é possível estudar todos os sistemas de sinais que regem a vida social (regras de educação, vestuário, ...). Desta forma, a linguística é apenas uma parte da semiologia, embora uma parte que é exemplar e lhe serve de modelo.

O uso quase exclusivo de “semeion” por João ao apresentar os milagres de Cristo evidencia que seu propósito está além do que relatar um caso miraculoso. Ele certamente o faz em caráter teológico, apologético e evangelístico: “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo.20.31).

É fundamental ressaltar que tal conceito também é testemunhado pelos milagres (sinais; gr.semeion) realizados por Cristo e registrados por João: “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulosmuitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo.20.31).

As ações milagrosas de Cristo têm por motivo apresentar sua Real Pessoa para Seus expectadores; para que compreendam sua Divindade e Messianidade e para que possam depositar sua fé Nele. E isso é visto em vários dos seus milagres: “Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galiléia; manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele” (Jo.2.11); “Estando ele em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos, vendo os sinais que ele fazia, creram no seu nome” (Jo.2.23) “Com isto, reconheceu o pai ser aquela precisamente a hora em que Jesus lhe dissera: Teu filho vive; e creu ele e toda a sua casa” ( Jo.4.53); “Então, afirmou ele:Creio, Senhor; e o adorou” (9.38). “Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo visitar Maria, vendo o que fizera Jesus, creram nele” ( Jo.11.45)

Entretanto, assim como seus ensinos seus atos milagrosos estavam sujeitos a avaliação e rejeição. Já no início do seu ministério a incredulidade já estava anunciada: “Estando ele em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos, vendo os sinais que ele fazia, creram no seu nome,mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos” (Jo.2.23-24). Em outras ocasiões, o milagre promoveu completa rejeição. No caso da cura da aleijado do tanque de Betesda, por realizar no sábado o milagre, os fariseus passaram a perseguí-lo (Jo.5.16). Tal rejeição torna-se discussão e Jesus deixa clara a opinião dos fariseus a Seu respeito: “Porque, se, de fato, crêsseis em Moisés, também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito. Se, porém, não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?” (Jo.5.46-47). No caso da cura do cego de nascença a incredulidade é clarividente, pois pesquisam para saber se aquele que se dizia cego o era de fato: “Não acreditaram [criam] os judeus que ele fora cego e que agora via, enquanto não lhe chamaram os pais” (Jo.9.18). Outro exemplo interessante desse fato é visto entre os judeus descrentes: “E, embora tivesse feito tantos sinais na sua presença, não creram nele” (Jo.12.37). A interpretação que João tem desses fatos é que eles são cumprimento profético: “para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? Por isso, não podiam crer, porque Isaías disse ainda: Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos, nem entendam com o coração, e se convertam, e sejam por mim curados” (Jo.12.38-40).

Assim, ainda que os milagres tivessem claro papel evangelístico, também funcionaram como problema para a compreensão sobre a verdadeira pessoa de Cristo. Aliás, esse é um dos muito motivos pelos quais a pessoa de Cristo continua sob suspeita.

E, chegando-se os fariseus e os saduceus, para o tentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu. Mas ele, respondendo, disse-lhes: Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro. E, pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis discernir a face do céu, e não conheceis os sinais dos tempos? Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. E, deixando-os, retirou-se. (Mat 16:1-4)

Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele. (Jo 2:11)

Responderam, pois, os judeus, e disseram-lhe: Que sinal nos mostras para fazeres isto? (Jo 2:18)

E, estando ele em Jerusalém pela páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome. (Jo 2:23)

A relação entre a fé e vida eterna é claramente exposta na teologia Joanina. No terceiro capítulo encontramos: “para que todo o que nele crê tenha a vida eterna” (v.15); “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (v.16); “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (v.36; cf. Jo.5.24; 6.35, 40, 47; 11.25). Essa característica também é bem encontrada na literatura joanina: “Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus” (1Jo.5.13).

Outra característica importante do Evangelho segundo S. João é o gosto pela personificação e de concentração numa única pessoa o que se refere a um grupo de muitas: por exemplo, Nicodemos é a personificação de todos aqueles que nas trevas procuram a luz de Cristo; a Samaritana representa todos aqueles que têm sede de justiça e de santidade; o cego é a personificação de todos quantos foram iluminados por Cristo pela fé e pelo batismo; Lázaro é o símbolo da vida recebida com a morte de Jesus; Tomé representa todos os incrédulos mas que acabam por aceitar a ressurreição; Maria Madalena personifica todos quantos continuam a procurar o significado do túmulo vazio.

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